O setor da água em Portugal é regulado pela ERSAR - Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos.
«No abastecimento de água [os sistemas em “alta”] são as componentes que respeitam à captação, ao tratamento e à adução e, por vezes, aos reservatórios de entrega; no saneamento são, no todo ou nos trechos de jusante, os emissários, intercetores e estações elevatórias inerentes e, ainda, as estações e tratamento e os dispositivos e instalações de destino final dos efluentes» (PEAASAR II, 2007: 33);
«No abastecimento de água são as componentes que têm a ver com a distribuição, com os respetivos ramais de ligação, incluindo os reservatórios de entrega nos casos em que eles, por meras razões e acordos estabelecidos, não façam parte da “alta”; no saneamento são as redes de coletores com os ramais de ligação correspondentes, e as estações elevatórias inerentes a estas redes» (PEAASAR II, ibidem). Na sua área de intervenção, a Águas do Centro Litoral partilha a gestão da água maioritariamente com sistemas municipais (que dependem diretamente das autarquias), com exceção do município de Leiria, onde existem os SMAS - Serviços Municipalizados de Água e Saneamento – de Leiria, e do município de Coimbra, com a Águas de Coimbra, empresa municipal ou ainda com a AdRA – Águas da Região de Aveiro (empresa do Grupo AdP).
É o percurso que a água para consumo humano faz, desde que é captada, tratada, distribuída e consumida, até à sua devolução ao meio natural, devidamente tratada, nas ETAR.
As águas residuais ou esgotos é a designação utilizadas para definir as águas que deitamos fora após o uso nas diversas atividades humanas. Estas águas transportam resíduos e devem ser tratadas antes de devolvidas ao meio ambiente. Isto é, depois de ser utilizada, a água suja tem de ser tratada em infraestruturas que se chamam ETAR e só depois deste tratamento ela pode voltar ao meio ambiente.
Um sistema de saneamento básico é constituído por emissários, sistemas de tubagens de ligação dos aglomerados populacionais aos coletores ou à própria ETAR. Há também as estações elevatórias bombeiam as águas residuais, conduzindo-as até à ETAR, sempre que tal não seja possível pela ação da gravidade, devido à existência de obstáculos ou desníveis. E finalmente é constituído pelas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), instalações onde é feito o tratamento das águas residuais.
O biogás é um gás resultante do processo de tratamento final das lamas das ETAR, constituído principalmente por gás metano, com elevado valor energético, e que pode ser transformado em eletricidade e/ou energia térmica através de cogeração. A cogeração é um processo de produção combinada de energia elétrica e térmica a partir de um combustível primário.
A contaminação fecal humana e animal são fontes primárias. Essas fontes incluem terras onde se deposita dejetos de animais, como estrumes e terrenos de cultivo. Outras fontes são descarga de tanques assépticos, inundações ou infiltrações.
São indicadores clássicos de poluição de origem fecal. A sua presença na água de abastecimento implica uma ação imediata no sentido de remover a fonte de poluição fecal. O controlo é efetuado através da desinfeção da água.
A boa qualidade da água para consumo humano é essencial para a saúde. Todas as fontes privadas de abastecimento de água podem ser uma ameaça para a saúde, a não ser que sejam devidamente tratadas e protegidas. Estas podem facilmente, ficar contaminadas com bactérias, parasitas e vírus ou outras substâncias. Muitas vezes, não é possível às pessoas determinarem se a sua água é segura, pois a contaminação pode não se revelar através do cheiro, sabor ou cor da água. Ao contrário do abastecimento público, muitas fontes de abastecimento privadas, não são tratadas para remover a contaminação. Por isso, se possui um furo ou um poço cheio de água aparentemente "boa" isto não significa que possa bebê-la.
Sem dúvida. A água é submetida a um elevado e rigoroso controlo por parte das Entidades Distribuidoras que efetuam o controlo de qualidade da água. A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) é responsável pela fiscalização. A água de distribuição deve satisfazer todos os critérios de qualidade nos termos do Decreto-Lei 306/2008 de 27 de agosto. Os consumidores podem sentir-se seguros, pois as Entidades Distribuidoras, em colaboração com a Autoridade de Saúde, avisarão imediatamente no caso de se verificar um caso de potencial perigo para a saúde pública.
A água potável pode conter na sua origem alguma quantidade de ferro e manganês, suscetíveis de se depositarem nas canalizações. Também as condutas em aço ou ferro podem sofrer corrosão originando ferrugem. Estes depósitos podem ser removidos quando se verifica alteração de velocidade nas condutas. Neste caso a água pode apresentar cor castanha. A coloração acastanhada pode também ser devida a reparações efetuadas nas condutas, desaparecendo num curto espaço de tempo.
Contrariamente ao que pensa a maioria da população, não se trata de calcário. Este aspeto deve-se à presença de pequenas bolhas de ar dissolvidas na água. Em pouco tempo as bolhas de ar sobem até à superfície e desaparecem, tornando a água de novo clara e transparente. Este fenómeno não tem qualquer influência na qualidade da água.
Para evitar a ocorrência de doenças infeciosas, por ingestão de água, esta deva ser sujeita a uma desinfeção eficaz. A desinfeção da água com cloro é uma das principais medidas tomadas para assegurar que nenhuma contaminação microbiana possa surgir durante o transporte através das condutas, mantendo assim a qualidade exigida. Os distribuidores de água controlam o teor em cloro residual e verificam a eficácia da desinfeção através de análises microbiológicas de amostras recolhidas ao longo do sistema de abastecimento, a maioria delas nas torneiras dos consumidores. O cheiro a cloro que se pode sentir na água das torneiras é devido à evaporação desta substância, que é percetível mesmo em fracas concentrações.
A dureza total da água reflete a presença de sais, essencialmente de metais alcalinoterrosos, nomeadamente compostos de cálcio e de magnésio. Uma água diz-se dura quando o seu uso, no decurso de lavagens, obriga ao consumo de mais sabão, devido à formação de sais insolúveis dos metais acima referidos com os ácidos gordos do sabão. Se, pelo contrário, apresenta teores reduzidos daqueles metais, diz-se que essa água é doce ou macia. Os teores dos sais de metais variam com a natureza geológica dos solos com os quais a água esteve em contacto. Uma água dura aparece em regiões com solos calcários e uma água doce ou macia em solos graníticos.
O pH de uma água representa uma medida da sua acidez ou da sua alcalinidade e exprime a actividade do ião hidrogénio (H+). Consulte a seguinte tabela com a classificação do pH Escala de Sorensen (1909), pela expressão pH= - log (H+)
pH < 7 | Água ácida |
pH > 7 | Água alcalina |
pH = 7 | Água neutra |
Os resultados analíticos do controlo do pH da água de abastecimento distribuída por esta empresa nos concelhos abastecidos pela AdCL cumprem os valores paramétricos regulamentares, podendo os mesmos serem consultados e ronda os 7.