Águas do Centro Litoral reuniu parceiros para apresentar projetos inovadores no Politécnico de Leiria. Desafios ambientais marcaram o encontro que assinalou os 25 anos de atividade da empresa.
No Lado Certo da História. Foi este o mote que reuniu, na passada quinta-feira, 16 de novembro, largas dezenas de pessoas na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em Leiria. A Biblioteca José Saramago foi o pano de fundo da iniciativa, onde a AdCL - Águas do Centro Litoral juntou alguns dos principais “agentes” do setor, aproveitando a oportunidade para apresentar projetos relacionados com a inovação e circularidade.
“Descodificar os desafios futuros do setor” foi, nas palavras de Alexandre Oliveira Tavares, Presidente da AdCL e promotor do evento, o grande objetivo da sessão, que teve início com uma pequena atuação do Orfeão de Leiria protagonizada pelo músico Francisco Vieira.
Em vésperas das comemorações do Dia Mundial do Saneamento, que se assinalou no domingo, 19 de novembro, Alexandre Oliveira Tavares lembrou que este setor “embora invisível, faz um trabalho essencial”. “A AdCL tem contribuído ao longos destes 25 anos de atividade para a criação de novos referenciais de qualidade e segurança numa trajetória que reforçou a resiliência do setor”, frisou.
O líder da AdCL assegurou ainda que o “setor está atento aos desafios climáticos e tem mantido esse debate vivo e ativo”, acrescentando que “a inovação e a circularidade são um fator fundamental neste percurso”.
Na abertura do encontro, que contou também com a participação de Carlos Rabadão, Presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), a Água para Reutilização (ApR) esteve no centro do debate, tendo sido revelados dois dos projetos em que a AdCL está envolvida, nomeadamente na produção de energia verde. As empresas parceiras da AdCL, Rega Energy e Madoqua Renewables marcaram presença no evento e explicaram os objetivos e metodologias dos seus projetos.
“Estamos a falar da produção hidrogénio verde com recurso a água proveniente da ETAR da Zona Industrial de Casal da Lebre, numa iniciativa que contribuirá para a substituição dos combustíveis fosseis, eficiência dos processos, eletrificação, aproveitamento do material reciclado. Este empreendimento permitirá reforçar a previsibilidade dos custos de energia e será muito relevante para a retenção de empresas e captação de novos investimentos”, explicou Manuel Ferreira, responsável da empresa Rega Energy.
Já Carlos Alcobia, da Madoqua Renewables, adiantou que o objetivo desta parceria com a AdCL passa por reutilizar água da ETAR do Coimbrão, numa lógica de rentabilização de recursos, naquele que é “um projeto singular na indústria do cimento”.
O programa incluiu, ainda, a apresentação do projeto da Biojoule Energy, relacionado com a produção de energia de fonte renovável, com base na digestão anaeróbica de resíduos agroindustriais, provenientes maioritariamente de unidades agropecuárias - suiniculturas e avícolas.
Paulo Leitão, Administrador da AdCL, partilhou os desafios de hoje e do futuro da Circularidade na Águas do Centro Litoral, onde consta a capacidade de 20 ETAR, de Espinho a Porto de Mós, para produção de ApR para uso municipal.
“O Milagre da Água”
Aproveitando a alavancagem dos fundos europeus e o desenvolvimento da própria comunidade científica ao longo dos últimos 20 anos, o país conseguiu dar um enorme salto qualitativo no que diz respeito ao setor do abastecimento e saneamento. Quem o garante é José Sardinha, Vice-Presidente da AdP - Águas do Centro Portugal, que acompanhado pelo Presidente do Grupo, José Furtado, fez questão de marcar presença no Encontro da passada quinta-feira.
“Portugal é conhecido internacionalmente como o país onde se deu o milagre da água. Passámos de níveis de terceiro mundo para o primeiro lugar no que diz respeito aos indicadores. Hoje somos amplamente reconhecidos pela nossa inovação e competência”, enfatizou José Sardinha.
Já José Furtado, Presidente da AdP, aproveitou a oportunidade para fazer um balanço das três décadas de atividade da empresa e alertou para a exigência dos desafios futuros: “Estas ações servem para fazer um balanço e perspetivar o futuro. E o balanço é extremamente positivo, sem dúvida. Há 30 anos o nosso comportamento em matéria de abastecimento e saneamento era medíocre. Foi necessário mobilizar, fixar competência no grupo e construir um contexto de inovação aberto, envolvendo empresas e sociedade civil. Colocámos Portugal no pelotão da frente”.
O responsável enfatizou ainda as transformações geradas pelo “novo clima” e as exigências ambientais que estão a desafiar a AdP, um grupo que “continuará robusto e com capacidade para transformar o território”.
Braço armado da saúde pública
O Encontro foi encerrado pelo “anfitrião” Gonçalo Lopes que, enquanto Presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIM RL), destacou o “papel fundamental” que a AdCL assume na qualidade de vida das populações, lembrando que o processo de transformação sustentável das políticas ambientais terá de ser liderado por “instituições como a AdCL”. “É um parceiro de há muitos anos das autarquias, braço armado da saúde pública. A AdCL está definitivamente no lado certo da história e terá um papel fundamental da sustentabilidade ambiental e no futuro da região. Não tenho dúvidas”, concluiu.